Qual a estratégia da Apple na hora de comprar empresas?

Se tem algo que a Apple faz bem é deixar o mundo intrigado. Este mês, a gigante da maçã anunciou a compra do Pixelmator, um app de edição de imagens que pode ser considerado uma alternativa ao Photoshop. Até aí, nada tão surpreendente, né? Mas quando a gente olha para os bastidores, percebe que as aquisições da Apple têm um jeitinho todo peculiar – e barato, pelo menos para os padrões das big techs

Enquanto empresas como Google e Microsoft fazem cheques bilionários em aquisições gigantescas, a Apple segue mais contida. Só para você ter uma ideia, o maior investimento da empresa foi a compra da Beats, em 2014, por US$ 3 bilhões. Parece muito? Sim, mas é fichinha comparado aos US$ 68,7 bilhões que a Microsoft desembolsou pela Activision Blizzard.

Então, o que realmente motiva a Apple a abrir a carteira?

O segredo está nas pessoas, não nos produtos

A Apple não é só uma empresa, é quase uma filosofia – e uma que valoriza talentos acima de tudo. Ao invés de focar em receita ou em bases de usuários gigantes, a estratégia da marca é adquirir empresas que tragam expertise específica para aprimorar seus produtos. Um exemplo? Quando comprou a Beats, ela

não queria só os famosos fones de ouvido. O grande trunfo foi o Beats Music, serviço de streaming que ajudou a lançar o Apple Music.

E essa lógica se repete em outras aquisições. No setor de semicondutores, por exemplo, a Apple comprou empresas como P.A. Semi e Intrinsity para fortalecer sua independência tecnológica. Já no segmento de realidade virtual e aumentada, ela investiu pesado para criar o Vision Pro, seu aguardado headset.

O que a Apple não compra?

Para Neil Cybart, especialista em análises sobre a marca, a Apple não busca três coisas em uma aquisição: marca, receita ou base de usuários. E faz sentido. Por que gastar bilhões para comprar uma marca, quando a sua já é uma das mais valiosas do mundo? E receita? Com mais de US$ 100 bilhões gerados apenas com serviços, isso nunca foi um problema.

Esse foco seletivo explica por que Tim Cook não se animou em comprar a Tesla quando teve a chance. Em vez disso, a Apple investiu em atrair talentos – contratando dezenas de ex-funcionários da montadora.

O futuro das aquisições da Apple

Mesmo com essa abordagem cuidadosa, será que a Apple mudaria de estratégia? Talvez. Afinal, nada no mundo será tão lucrativo quanto o iPhone, e a marca já está explorando novas áreas, como wearables e serviços.

Se há algo que podemos aprender com a Apple é que dinheiro é importante, mas estratégia é tudo. Então, se você está planejando o próximo passo no seu negócio, fica a dica: às vezes, investir nas pessoas certas pode ser mais valioso do que qualquer aquisição bilionária.

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Hary Zacharias

Metade criatividade, metade cérebro analítico de marketing. Depois de 20 anos na moda (e colecionando troféus pelo caminho), Hary trocou as passarelas pelos funis de venda e hoje orquestra as grandes jogadas da Nove. É quem transforma dados em planos, tendências em ação e cafés em insights. Se existe oportunidade escondida no mercado, ela enxerga primeiro – e faz acontecer antes do próximo café esfriar.

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